Alameda dos Oceanos

O Universo não é ideia minha. A minha ideia de Universo é que é ideia minha (Pessoa)

dezembro 02, 2004

Nem mais um soldado para a Polónia

As carpideiras do costume já começaram há mais de 24h a debitar as razões pelas quais "este país", "só neste país", "assim não vamos a lado nenhum", no registo fatalista que desde o tempo de Eça está mais do que bem caracterizado.

Do lado direito vem o lamento das elites escondidas que estariam altivas e amuadas com "o estado do país", o apelo à maioria estável, ao governo de iniciativa presidencial (volta, Eanes!).

Do lado esquerdo as razões "há muito anunciadas" do que é preciso fazer. Não tenho encomenda dos senhores, nem milito lá (nem noutro lugar) mas o PS tem tido o mais razoável dos discursos, por muito que se empurre Sócrates para o lado do "santanismo esclarecido" que ele não é.

Dentro disto vêm os apelos dos senhores da guerra, os empresários que apelam á salvação nacional, ao bloco central de poder, como se isso existisse alguma vez, a não ser na democracia "orgânica" ditatorial.

Há também o apelo patético da paz e amor dos hippies dos cabelos brancos compridos atados com lacinho, ou da rugosa senhora com lenços de linho atados em várias voltas ao pescoço.

Mas a mais comovente das lamúrias centralistas vem do dono do grupo Jerónimo Martins, que anda preocupadíssimo com "isto tudo", e pior que isso: "irritadíssimo". E agora vai tudo para a Polónia ?

Cuidado, porque o fatalismo descamba na nossa história do costume: damo-nos mal com sistemas democráticos.





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