Novembro 7, Domingo, 2004
Arrumou as coisas que fazem parte do que carrega todo o ser quando se ausenta de um lugar a que chama seu. Arrumou mal, crê agora, as memórias que reconstrói todo o ser que revive todos os dias. Esse dia foi como todos os dias o dia da restauração das coisas, da sobrevivência da dúvida matinal confusa, que um mistério revela alegre por vezes, sem que explicação haja para tal.
Era muito cedo ainda, mas como também todo o ser que vive, não percebe que alguns dias estão destinados a ser recordados, efémera glória e distinção, perante tantos outros dias, mortiços, sem alma.
Quisera o homem, aflito, ser dono do seu destino, mas é um homem absurdo, habituado a ser cruel consigo próprio, perplexo perante esta sua habilidade, que domina mal, e que é um mal.