Alameda dos Oceanos

O Universo não é ideia minha. A minha ideia de Universo é que é ideia minha (Pessoa)

setembro 30, 2004

Santana ajuda Bush


Com jeito, ainda será possível que o senhor da eixpo que agora assessora Lopes esteja a tempo no debate desta noite entre Bush e Kerry, para dar uma maozinha ao Bush!


(o assessor enquanto assessorava na eixpo)

O senhor da eixpo é agora assessor, mas a ganhar o dobro do que ganha o Lopes. Aliás foi por isso que ficou com o lugar: Lopes acha que se ele o convenceu a ganhar tanto então merece estar ali!

setembro 29, 2004

Regresso ao Futuro (II)


Nova Ponte no Tejo até 1995

A nova Ponte sobre o Tejo estará pronta em 1995, tendo como hipótese mais forte de localização as zonas do Beato e do Montijo, afirmou ao Público o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. A poucos meses das grandes decisões sobre os transportes de Lisboa, Ferreira do Amaral revela que os comboios da Ponte 25 de Abril chegarão não só ao Pinhal Novo como á Trafaria e à Caparica.
O novo aeroporto - a Ota continua a ser o local preferido - aguarda só o estudo dos financiamentos, enquanto as ligações em comboio de alta velocidade de Lisboa e Porto para Madrid terão percurso comum a partir do Entroncamento, "isto se a CEE criar um fundo especial para o TGV".

1990 - 25 de Setembro
Público - 300 primeiras páginas





Ota - Fotografia de Filipe Jorge Silva

O problema informático

não é informático. Nunca foi.

É a "economia de meios", o outsourcing e a desvalorização dos que trabalham no Estado, estúpido !



Regresso ao Futuro (I)


As obras que vão mudar Lisboa

A nova sede da Caixa Geral de Depósitos é apenas um dos grandes projectos imobiliários de Lisboa. O Banco de Portugal e o Montepio também vão ter sedes gigantescas. Amoreiras será um complexo pequeno comparado com o futuro Centro Comercial Colombo. À falta de Centros de Congressos, vamos ter um Palácio dos Congressos no Alto do Parque e um Centro Cultural de Belém. Hotéis são numerosos, a começar pelo polémico Hilton. E há edifícios projectados com fachadas mais compridas que o Convento de Mafra.
Tudo isto tendo como pano de fundo uma desejada exposição internacional em 1992. Claro está que entretanto as infraestruturas estão atrasadas, apesar das muitas ideias que fervilham na câmara.
No conjunto teremos por certo uma Lisboa irreconhecível ainda antes do ano 2000.




1990 - 22 de Maio
Público - 300 primeiras páginas

Depressa, queremos a Oposição !


Os jornais, em particular os de "economia", clamavam por Sócrates há muito, embora nos títulos a notícia desse um arzinho de igualdade de tratamento. Falavam muito em " o país precisa da Oposição..."

Exploraram até onde puderam as "contradições dos candidatos do PS", mas era Sócrates quem eles queriam.

Porque é a certeza de uma oposição virada também para a comunicação social.

E mal Sócrates foi eleito toca a reclamar:

- Então, contamos consigo para encher os títulos, meu caro ! Toca a despachar-se que senão temos de inventar nos próximos dias.

Oposição já !

setembro 28, 2004

Poema da Morte na estrada



Na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
estão quinhentos mortos com os olhos abertos.

A morte, num sopro, colheu-os aos molhos.
Nem tiveram tempo para fechar os olhos.

Eles bem sabiam dos bancos da escola
como os homens dignos sucumbem na guerra.
Lá saber, sabiam.
A mão firme empunhando a espada ou a pistola,
morrendo sem ceder nem um palmo de terra.

Pois é.
Mas veio de lá a bomba, fulgurante como mil sóis,
não lhes deu tempo para serem heróis.

Eles bem sabiam que o último pensamento
devia estar reservado para a pátria amada.
Lá saber, sabiam.
Mas veio de lá a bomba e destruiu tudo num só momento.

Agora,
na berma da estrada, nuns quinhentos metros,
são quinhentos mortos com os olhos abertos


António Gedeão

Autoridade pela Sobrevivência


Em mais um desesperado acto pela sobrevivência a Autoridade para a Concorrência apela ao governo que autorize mais postos de abastecimento de combustível em "grandes superfícies", de forma a baixar os preços. É o mercado a funcionar !

Belmiro não precisa, será o pingo doce em cima da liberalização ? Ou será Mateus, o mosqueteiro do euromarché ? Ou um carrefour de bolachas ?

Os diferentes pela indiferença


Quanto mais se dá a ver a violência dos mundos, mais se vai pressentindo a sensibilidade dos outros.

É um movimento contrário: mais imagens degradantes de uma realidade bruta e mais se sentem movimentos de gente que se comove e solidariza com as diferenças.

Muito a aprender com os deficientes, de corpo que não de espírito, e que pela diferença física afirmam a indiferença a essas diferenças. Os que o fazem mostram como é fútil viver para a "beleza", a aparencia de "normalidade" e as preocupações pela juventude eterna.

Sejamos dignos deles e olhemos para nós

setembro 26, 2004

Âncora

Ou simplesmente alguem que foi morar para longe, depois de tantos anos por perto.

De quem parte se diga que deixou marcas em quem espera já o momento do regresso.



José Júlio Sousa Pinto, 1856-1939
O Barco Desaparecido (1890)

setembro 22, 2004

Fim de Verão




Praia de Banhos , João Marques de Oliveira, 1853-1927

setembro 21, 2004

Eu, Robot


A tirania informática fez mais algumas vítimas, nada de especial: mais de 50 mil famílias afectadas, inseguras e marcadas.

Feito por um robot que se revoltou, talvez porque alguem o ignorou.

Prendam-no, exterminem essa máquina, incómoda, que não percebe a necessidade dos humanos, a confiança dos politicos.

"O programa, não se percebe, pecebe? Andou umas 7 horas e depois, 10, 12 , 14"

Em quantas partes se divide o coração?



Eu queria que o Amor estivesse realmente no coração,
e também a Bondade,
e a Sinceridade,
e tudo, e tudo o mais, tudo estivesse realmente no coração.

Então poderia dizer-vos:
"Meus amados irmãos,
falo-vos do coração",
ou então:
"com o coração nas mãos".

Mas o meu coração é como o dos compêndios
Tem duas válvulas (a tricúspida e a mitral)
e os seus compartimentos (duas autículas e dois ventrículos).
O sangue a circular contrai-os e distende-os
segundo a obrigação das leis dos movimentos.

Por vezes acontece
ver-se um homem, sem querer, com os lábios apertados,
e uma lâmina baça e agreste, que endurece
a luz dos olhos em bisel cortados.
Parece então que o coração estremece.
Mas não.

Sabe-se, e muito bem, com fundamento prático,
que esse vento que sopra e que ateia os incêndios,
é coisa do simpático.
Vem tudo nos compêndios.

Então, meninos!
Vamos à lição!
Em quantas partes se divide o coração?

António Gedeão

Questa sera nella club



Oramai da qualche anno è uno dei più famosi dj italiani, attivo sulla scena che coniuga con classe e qualità i ritmi elettronici con il jazz: stiamo parlando di Nicola Conte, musicista barese cui si deve la splendida avventura del locale Fez e una serie di singoli e dischi di grande impatto.

(acid) jazz

na pilha de discos a FNAC hesita entre o jazz e o pop; eu não hesitei e comprei. Ouço-o há vários dias.

Nicola Conte
- Other Directions

setembro 15, 2004

Say NO to Bush



Good whisky needs no Bush

Eu não fui ver a Madonna e o Barnabé também não

por isso não sofri críticas, ao contrário do pobre barnabé que não pode ir calmamente alienar-se sem levar com as bocas do materialismo dialético, agora arrepanhado pela direita, assim ao estilo do bola para a área a ver se entra.

mas ele defendeu-se bem. Diz que foi ver a "produção", não vá a gente enganar-se. Ele não foi ver a Madonna, só a produção da Madonna, assim como quem vai às putas e encontra lá uma amiga para conversar.

Autoridade da Concorrência


As notícias saem com regularidade. Nos jornais de "economia", comme il faut.

Mas por mais esforços que se façam, esta é mais uma criação monstruosa que se alimenta a si própria, fala e diz sempre que talvez sim,.. ehhr, talvez, talvez não... mas, bem... sim!

Come bolachas com as "autoridades" regulatórias.

setembro 14, 2004

Brasil linkado


Para quem ainda não saiba, delire com o Alexandre Soares da Silva , um Diário da Corte de Pisuerga, escrito no Mais Triste Exílio pelo Cavalheiro de Beri-Beri

Pra abrir o apetite:

Imagine uma roda de gente discutindo Kant. Daí chega o atleta. "Diz alguma coisa sobre Kant", dizem para o atleta. "Não consigo, mas em compensação eu pulo alto pra caramba". E imediatamente começa a dar pulinhos no mesmo lugar.

Relatório Minoritário


Antes de ser, já o era. Como a pescada, Nobre Guedes pescou no Relatório Galp o que já sabia, antes de saber: o líquido verde rende sempre.



Loja dos trezentos



Loja dos trezentos é um avião da Yes ou um hotel em Cancun, um centro comercial voador onde se encaixa ao mesmo preço uma espécie de humanos.

Os elementos furiosos e os motores cansados fustigam a inocência.


setembro 06, 2004

Música para jogging


Sempre que corro vou entoando qualquer coisa. Há algum tempo o favorito do esforço era o Concerto Brandeburguês n. V (de Bach), antes tinha sido um dos Concertos para 2 cravos, que alinharam com os Tindersticks (Can our love ?...), Krall, Stacey, Prefab Sprout, e até Wim Mertens (!??). Coisas...

Lembrei-me disto porque de todos Bach é o mais adequado, o que tem o cravo a marcar o ritmo da corrida. O efeito do cravo "tocado" no interior da cabeça marca a cadência, o violino marca a melodia e a coisa complica-se nos andamentos mais fortes, caso as pernas não gostem.

Harmonia ja se sabia que era algo que parece fácil sentado no sofá. Bach é suadíssimo na Alameda dos Oceanos. Com interpretações muito livres...



Say NO to Bush



E non degg'io seguirla ?




Cecilia Bartoli nasceu em Roma (1966) e frequentou o Conservatório de Santa Cecília. O seu talento tornou-se público pela primeira vez quando cantou num programa italiano de televisão dedicado à divulgação de jovens talentos e, logo a seguir, numa outra transmissão televisiva francesa dedicada à memória de Maria Callas. Pouco depois, foi contactada por Herbert von Karajan e Daniel Barenboim. Desde então, colaborou com outros destacados maestros, incluindo Claudio Abbado, Riccardo Chailly, Myung-Whun Chung, William Christie, Charles Dutoit, Adam Fischer, Nikolaus Harnoncourt, Christopher Hogwood, James Levine, Neville Marriner, Zubin Metha, Riccardo Muti, Giuseppe Sinopoli, Georg Solti, Gerard Schwarz e Jeffrey Tate.

Cecilia Bartoli interpretou mais personagens das óperas de Mozart do que de qualquer outro autor. Em As Bodas de Figaro cantou as partes de Cherubino e de Susanna; em Don Giovanni foi Zerlina, assim com Dona Elvira; em Così fan Tutte interpretou os papéis de Dorabella, Despina e Fiordiligi. Participou também em encenações de outras óperas de Mozart, nomeadamente Mitriade, Idomeneo, La Clemenza di Tito e Lucio Silla. Para além do Orfeo, consta também no seu repertório Armida de Joseph Haydn. Rossini é outro compositor que tem sido bastante importante para a sua carreira. Para além de O Barbeiro de Sevilha e La Cenerentola, Cecilia Bartoli cantou também em Il Turco in Italia e Le Comte Ory.
(in Gulbenkian)



Na agenda desta noite (após um fim de semana..humm... movimentado... e sem posts) Cecilia canta Salieri

The Salieri Album (Orquestra the Age of Enlightenment - Adam Fischer)
Decca - 2003

setembro 03, 2004

L' Orchestre du Roi Soleil


Jean-Baptiste Lully (1632-1687), ouvido na agenda desta noite com o Concert des Nations de Jordi Savall





Giovanni-Battista Lully era o seu nome de nascença, e nasceu em Florença. Da sua infância muito pouco se sabe, mas sabemos que foi na sua cidade natal que aprendeu a tocar violino sozinho, e que aos catorze anos o Duque do Guise o levou para França onde entrou ao serviço da Grande Demoiselle como cozinheiro. Devido aos seus talentos de mimo, bailarino e de violinista, entrou para a sua orquestra e desde logo se destacou como violinista. Caiu no favor da Demoiselle, mas desgraçou-se ao compor uma canção satírica destinada à sua filha.

Em 1653, Lully entrou ao serviço de Luís XIV como musico nos "Petit Violons du Roi", tendo mais uma vez devido ás suas qualidades musicais sido elevado ao lugar de 1º Violino. A sua ascensão nesta fase, bem como no resto da sua vida, foi no entanto também baseada na sua amizade com o rei.

Lully, no favor real, aproveitou para ascender na carreira. Sem dúvida o compositor deveria possuir uma personalidade fortíssima, regendo a sua carreira e os seus empreendimentos com mão de ferro, e uma das características da sua personalidade era o seu sentido de oportunidade que lhe garantiu um sucesso e uma glória duradoura até depois da sua morte. O que é facto é que logo nesse ano e até 1661, Lully ocupou sucessivamente os postos de "compositor instrumental do rei", "superintendente da música", e em 1662 tornou-se "mestre de música da família real".

(in Musicantiga.com.sapo.pt )

Say NO to Bush


setembro 02, 2004

Musique pour la chambre du Roi


De 2 ou de 3 em 3 dias sai notícia que dá para 2 ou 3 dias. Nesses dias a comunidade comenta os comentários e assume as verdades dos media como verdades verdadinhas ou mentiras escandalosas.

Eu também comento. Mas ás vezes estamos no limite do surdo: não adianta gritar mais alto, ninguem ouve.

Portanto posso escrever sobre:

- A barcarola vigiada na guerra
- A juiza sem juizo
- O ministro do enjoo
- O assalto iminente dos russos
- A convenção do exterminador implacável (bom título para post, que cedo, magnânimo)
- O novo capitão da selecção ou a lesão do Miguel
- Os desvarios electrónicos do Ministério da Educação

Esta a agenda a que já ninguem ligará nenhuma amanhã, dia 4.

Assim, a agenda importante para agora, nesta "petite chambre", 22.55h de um dia de Setembro, é a audição de Marin Marais (Le tableau de l'operation de la Taille):

L' aspect de l'appareil
Fremissement en le voyant
Resolution pou le monter
parvenu jusqu'au haut
Descende du dit appareil
Reflexions serieuses
Entrelacement des soies entre
les bras et les jambes
Ici se fait l'incision
Introduction de la tenette
Ici on tire la pierre
Ic il 'on perd quasi la voix
Ecoulement du sang
Ici on l' ôtes les soies
Ici on vous traansport dans le lit
Les relevailles


Pode ser macabro mas esta música com este tema terrífico é uma agenda com quase 300 anos.

(Music at Versailles 1697-1747
The Academy of Ancient Music - Christopher Hogwood)





(Rembrandt - Lição de Anatomia, 1632)


setembro 01, 2004

3 minutos de terror


Todos os dias acordo e demoro uns minutos a recompor-me.

Durante a noite os personagens repetem-se e o calendário confunde-os

Refaço a vida toda e isto é muito cansativo


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