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Nouvelle Vague foi um movimento artístico do cinema francês que se insere no movimento contestatário próprio dos anos sessenta. No entanto, a expressão foi lançada por Françoise Giroud 1958 na revista LExpress ao fazer referência a novos cineastas franceses. Sem grande suporte financeiro, os primeiros filmes conotados com esta expressão eram caracterizados pela juventude dos seus autores, unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceites para o cinema mais comercial.
Mas é aceite que só com
O Acossado de Jean-Luc Godard é que esta vaga se torna naquilo que ficaria na história do cinema francês como a nouvelle vague.
François Truffaut realizava, nesse mesmo ano,
"Os 400 Golpes" outro dos mais emblemáticos filmes da nouvelle vague.
As características mais marcantes deste estilo são a intransigência com os moldes narrativos do cinema estabelecido, através do amoralismo, próprio desta geração, presente nos diálogos e numa montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativa. Os autores desta nova forma de filmar detestavam muitos dos grandes sucessos caseiros do cinema francês. Votaram ao anátema as obras de Jean Delannoy, Christian-Jacque, Gilles Grangier, Aurenche e Bost (argumentistas). Ao mesmo tempo elevaram à divindade os mestres do film noir americano, Jean Renoir, Robert Bresson, Jacques Tati, Jean Vigo...
De facto, foram essencialmente os colaboradores da revista
Cahiers du Cinéma que, depois de teorizarem sobre a sétima arte e as exigências de um cinema de autor postulando a importância decisiva do realizador na autoria do filme se lançam na criação do que consideraram ser o cinema.
São muitos os autores que a partir desse momento são conotados com a nouvelle vague, apesar de muitos, depois, terem seguido caminhos mais académicos, como
Roger Vadim que rapidamente passou de "autor de cinema" para director de filmes mais comerciais, ao revés das normas estabelecidas pelo estilo. Do mesmo é acusado
Claude Chabrol(autor de obras importantes da vaga, como "Um Vinho Difícil" ou "Entre Primos")...
Paulatinamente, desta energia de juventude, cada um seguirá o seu caminho, uns mais fiéis que outros àquilo que defenderam. Godard continua o seu cinema difícil e muitas vezes pretensioso, experimental até à exaustão: sempre tocando nos limites do que é o cinema. Truffaut segue pelo caminho de um classicismo que lhe grangeia uma grande quantidade de admiradores...
Alain Resnais, parco no número de filmes, desde que apresenta "Hiroshima, mon amour" (no mítico ano de 1959), vai-se consolidando como um Guru respeitável, autor de alguns dos mais importantes filmes de sempre, no que diz respeito a esse tão desejado título de "Cinema de Autor" ("O Último Ano em Marienbad", "Providence", etc.)
Este estilo influenciou toda a cinematografia mundial. Mesmo nos Estados Unidos da América os realizadores da Nova Hollywood, Robert Altman, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, Martin Scorcese, renderam homenagem à vaga que começou a frutificar com o "Bonnie and Clyde" de Arthur Penn, prolongando-se esta influência do final dos anos sessenta até aos anos setenta.
Retirado de "
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nouvelle_Vague"Anna Karina